
Sessão: Segunda Guerra Mundial
Assunto: Mistérios do Terceiro Reich
Homem alto, inteligente e de gestos refinados Rudolf Hess foi considerado um dos nazistas mais próximos de Adolf Hitler. É sem dúvida uma das personalidades mais polêmicas do Terceiro Reich, a contar pela sua nacionalidade (Egípcia), sua ascensão e queda no Partido Nazista; e, por fim, a misteriosa morte no presídio de Spandau, na já dividida Berlin Oeste do pós-guerra.
Hess era filho de um comerciante bávaro e mãe britânica, nasceu no dia 26 de abril de 1894, Alexandria – Egito. Na Alemanha serviu na Primeira Guerra Mundial. Em 1920 adere ao partido dos trabalhadores alemães NSDAP, quando conhece Hitler. Este lhe conferiu posição privilegiada nos primeiros anos do regime, concedendo-lhe a Vice-Liderança do Partido Nazista, e de secretário particular do Reich. Além de convidá-lo a ajudar a escrever o Mein Kampf ( Minha Luta), considerada Bíblia do Nazismo.
“Eu vi um homem nessa noite, e ele vai trazer de volta o lugar onde a Alemanha ocupou antes da (Primeira) guerra, e este é o único homem que pode fazer isso, que é capaz disso”(palavras de Rufolf Hess, segundo seu filho Wolf Hess a Discovery Channel)
Referência de Hess a um discurso proferido por Adolf Hitler no conhecido episódio do Putch (golpe em alemão) da Cervejaria, ocorrido entre os dias oito e nove de novembro de 1923. Era o lugar preferido da elite política e intelectual da Baviera. Na verdade foi uma fracassada tentativa de golpe naquela região (sufocada pela polícia local) para dar início à “revolução nazista”. Esta ação foi inspirada pela Marcha sobre Roma, por Benito Mussolini. Todos acabaram presos.Inicialmente, o nome seria Marcha sobre Berlin, com o insucesso sagrou-se apenas pelo primeiro nome.
Contudo, talvez por sua extrema discrição acabou ofuscado pelo führer nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, nomes como Hermann Göring, Joseph Goebbels e Heinrich Himmler conquistaram maior destaque. Mesmo assim, em 1939 foi nomeado Líder Membro do Conselho de Defesa do Reich, o que lhe garantiria a sucessão de Hitler e Göring. Porém, sua queda política veio num incidente para lá de questionável e sem precedentes na História.
O Lado Oculto de Hess
A família de Rudolf Hess retornou para a Alemanha quando este completara 14 anos, em 1908. Em 1914, aos 20 ingressou como voluntário no exército alemão, na Primeira Guerra Mundial. Com o fim da guerra sua participação como ativista político não parou mais. Foi membro do grupo Freikorps, uma formação paramilitar de combate aos comunistas. Em 1920 filia-se ao partido nazista, quando conhece Adolf Hitler e torna-se comandante das secções de assalto.
Chegou a ser preso por sete meses e meio - sobretudo após o episódio do golpe da cervejaria. Juntamente com o sucesso eleitoral de Hitler, elege-se deputado no Reichtag. Extremamente culto, obteve formação acadêmica em ciência política, história, economia e geopolítica pela Universidade de Munique.
Em contrapartida, foi membro da sociedade Thule, organização mística e ocultista de estudantes da antiguidade alemã. Cujas idéias, posteriormente, o fizeram um dos principais mentores da filosofia racista instalada no país. Entre os principais: à perseguição a Igreja Católica, as etnias não arianas e, principalmente, aos judeus.
Na vida pessoal, Hess casou-se com Ilude Pröhl, estudante, no final de 1927. E, seu único filho, Wolf Hess, nasce dez anos após.Paradoxalmente, estima-se que ele foi um pai dedicado e afetuoso. As evidências quanto a isto ocorrem no final da vida dele, cuja morte por indigência só não ocorrera por forte interferência do seu filho Wolf. O qual mais tarde contraria a necropsia das autoridades ocidentais (ingleses e americanos) ao publicar um livro (Quem Matou o meu Pai Rudolf Hess?) acusando-os de tê-lo assassinado.
A Misteriosa Fuga
Era 10 de maio de 1941. Justamente num momento em que a Alemanha estava em guerra contra a Inglaterra e, na iminência da outra com a União Soviética (na conhecida Operação Barbarossa). Ironicamente, quanto tudo indicava para a vitória germânica, Hess, “por conta própria” resolveu viajar de avião e desceu de pára-quedas nas ilhas escocesas. Pela história oficial ele fora atraído para um acordo de paz com o Duque de Hamilton, do partido pela paz Britânico. Hess, na verdade, estava a procura de um opositor de Churchill e, naturalmente favorável ao plano dos alemães.
A empreitada, embora cinematográfica, foi um fiasco. Além de não conseguir negociar o oficial nazista quebrou o tornozelo e, em seguida foi aprisionado na Torre de Londres. Hitler ficou furioso com a iniciativa dele (versão oficial), acusou-o de insano e o substituiu imediatamente por Martin Bormann. Logo, este episódio tornou-se um escândalo pela imprensa mundial, e até hoje é motivo de controvérsias entre os historiadores, e razão para a publicação de muitos livros a respeito.
Entre os principais estudiosos estão: Louis C.Kilzer, autor de Churchill Deception´s (A Farsa de Churchill) e, John Lukacs em “Five days in London”(Cinco dias em Londres). Ambas publicações além de tratarem deste episódio, trazem surpreendentes revelações que os livros convencionais não contam, ou pelo menos ocultam sobre aquele período.
Talvez por isto a História seja uma ciência tão apaixonada e apaixonante, visto que “cada ponto de vista é vista por um ponto”(Teólogo Leonardo Boff). Quase sempre ela é dividida em duas versões: a História Oficial e a oficiosa. Como um filho legítimo e um bastardo renegado,cuja semelhança física deste (com o genitor)é tão intrigante que dispensa os modernos testes de DNA, exceto por ordem judicial.
O objetivo de Hess seria manter o mesmo acordo outrora proposto no período Chamberlain (ministro antecessor a Churchill): os alemães cessariam os bombardeios contra os ingleses se estes aceitassem a paz com a Alemanha. Em troca, o Terceiro Reich ainda cederia às conquistas militares no Ocidente se eles se propusessem a uma aliança militar contra a Rússia Soviética.
As duas Mortes de Rudolf Hess
De acordo com a tradição, o Hess da História foi condenado à prisão perpétua(por insistência da URSS) no tribunal de Nuremberg. Em seguida foi aprisionado no presídio de Spandau, sob acusação de criminoso de guerra como foi dito no início do texto.
Faleceu em 1987 aos 93 anos por suicídio, segundo o laudo da necropsia americana e inglesa. Mediante aos relatos ele enrolou um cabo elétrico no pescoço, na casa do jardim. Mas tem sua veracidade questionada após a versão de uma enfermeira, a quem o acompanhou nos últimos anos de vida. Segundo ela, o ex-nazista foi encontrado desfalecido, respirando mal, e a maleta de primeiros socorros chegou com uma demora um tanto extremada, além do balão de oxigênio vazio. A possibilidade de suícidio, na opinião dela, é bastante remota, visto as artrites e falta de equilibrio que o prisioneiro possuia para cometer o ato. Esta hipótese é reforçada pelo filho dele, Wolf Hess, o qual pagou um exame particular, cujo resultado possibilita a morte por provável estrangulamento.
E pior!, existe uma versão mais bizarra, o próprio Hess o qual foi confinado em Spandau(há quem acredite)pode ter sido um impostor, ou dublê de corpo. O veterano nazista possuía um ferimento em um dos pulmões por um tiro de rifle, desde a Primeira Guerra Mundial. Enquanto o condenado, incrivelmente não o apresentava (segundo Louis Kilzer). De qualquer forma, Hess tornou-se um mito, e seus restos mortais são reverenciados até hoje, ora proibidos ( de 1991 a 2000), bem como liberados ao público, a partir do ano 2001. Seu túmulo, localizado na cidade de Wundisiel, recebe anualmente milhares de visitantes até hoje, em sua maioria neonazistas ou simpatizantes.
OBS: A dúvida dos historiadores quanto ao sigilo desta operação não é em vão. Reside na informação da íntima relação de Hess com Hitler, o qual dificilmente aconteceria. Bem, mas estas razões serão discutidas nos próximos textos.
Referências
http://pt.metapedia.org/wiki/Rudolf_Hess
http://www.grandesguerras.com.br/artigos/text01.php?art_id=34
A Farsa de Churchill, Louis Kilzer
Cinco Dias em Londres, John Lukacs
A Era dos Extremos, Eric Hobsbawn
muito interessante. A história que conhecemos não prioriza certas biografias. É interessante conhecê-las, apesar da pouca relevância que a história de persongens como Hess tem para a nossa cultura ocidental. O momento do seu trágico final nos serve e reflexão para o papel humanamente equivocado que uma ideologia como a nacional socialita pode exercer nas nossas cabeças.
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa de mostrar a história por outro lado..o que não conhecemos....
ResponderExcluirCaro Nelson,
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa do Blog.
Sugiro uma postagem sobre o General Heinz Guderian, criador e organizador das Divisões Panzer.
Um abraço.
Geraldo Barbosa (Blog 14-F)
Ok Geraldo, é um bom tema. abs
ResponderExcluirGostei da publicação.
ResponderExcluirAchei o tema interessante.
Não conhecia essa história.
Legal.
Bjs.. Lela
Este Post ficou bem esclarecido e interessante. Parabéns :). Fica um pedido, gostaria que fizesse um post sobre a sociedade Thule. Bjäo!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Eliz, resolvi fazer primeiro o post do general Guderian, o criador dos tanques blindados Panzer, depois faço o teu. bjs
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