quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Batalha da África do Norte: A Raposa do Deserto versus O Buldogue Bretão

Sessão: Segunda Guerra Mundial Assunto: O Duelo no Deserto Africano
Erwin Rommel, lendário general alemão da Batalha da África do Norte, é daqueles que elogiar soa como redundância. A ele foi incumbido à difícil missão de salvar os italianos além de honrar a sorte do próprio Eixo (países do lado alemão) de uma derrota quase certa. Inicialmente, desacreditado pelos Aliados, sobretudo os britânicos do premier Winston Churchill tornou-se o pior pesadelo deles no decorrer da Segunda Guerra Mundial.
Rommel nasceu na cidade de Heidenheim, no estado de Wuttemberg, em 15 de novembro de 1891, no sul da Alemanha. Era filho de um reitor protestante e mae filha de dignatários. Desde cedo, já demonstrava uma aptidão militar, embora desejasse ser mecânico de aviões. No entanto, por influência do pai acabou seguindo carreira militar. Durante a vida chegou a servir na Primeira Guerra Mundial, e foi contemplado com medalhas de Primeira e Segunda Classe do cobiçado distintivo da Cruz de Ferro germânico.
Na vida pessoal Rommel não bebia e nem fumava. Era dedicado à família e, entre os seus soldados gozava de um respeito e admiração sem igual, além de possuir hábitos simples, como alimentar-se do mesmo cardápio do seu batalhão e tomar chá num cantil que guardava consigo.
Mas foi na Segunda Guerra o qual ele tornou-se um imortal. Depois de uma desajeitada campanha bélica italiana no Chifre Africano (Nordeste da África), um militar sisudo, de estatura mediana é recebido por eles num aeródromo líbio quase como um messias. Era 12 de fevereiro de 1941 e naquele momento os Aliados não tinham a menor idéia do que ele representaria.
Primeiras Batalhas: a Raposa Ataca
Em 31 de março, após convencer as autoridades italianas Erwin Rommel inicia uma batalha no deserto contra os ingleses na cidade de El Algheila, ao norte da Líbia. No modelo Guerra-Relâmpago aciona sua 15ª Divisão Panzer (embora incompleta) e surpreende-os numa vitória triunfal, registrada no dia 4 de abril. E obriga-os a recuarem.
Entretanto, Rommel que não era de perder tempo avança com seus tanques rumo a Tobruk, cidade fronteiriça com o Egito. Confronto iniciado no dia 10 de abril, desta vez o então comandante do Afrika Korps (nome da divisão de Rommel) encontra forte resistência dos australianos, responsáveis por sua defesa. O próprio premier Britânico, Winston Churchill, sabendo da importância estratégica da cidade descarta qualquer retirada, além de cumprir o papel de general na “queda de braço” com o alemão.
Como resposta, Churchill, ora chamado o velho “buldogue bretão” (ou britânico), ou, para os simpatizantes, Leão Inglês, deu início cinco dias depois a uma contra-ofensiva na conhecida Batalha de Sollun (no lado Egípcio). Após quatro dias de um sangrento conflito Rommel sagrou-se vitorioso. Segundo relatos ele adaptou seus canhões antiaéreos 88mm na função antiataque, ele arrasou um por um os tanques ingleses. Insatisfeitos, os súditos da rainha ainda tentaram reagir, mas numa manobra para lá de astuciosa, no dia 17 de abril,foram capturados pela retaguarda germânica.
A partir desta batalha o então general do Reich ganhou o célebre apelido cuja fama galgou proporção internacional: A Raposa do Deserto. E Hitler não deixou por menos, imediatamente o promoveu a Marechal de Campo. Sua façanha foi tamanha que garantiu-lhe a admiração de seus próprios inimigos. O próprio Churchill chegou a mencioná-lo na Câmara dos Comuns (parlamento inglês) como “o grande general”.
Conflito de AL-Alamen: O Buldogue reaje
O primeiro ministro britânico Winston Churchill era mesmo um homem de medidas arrojadas. A situação no deserto era sombria e o incomodava profundamente. Desde a Batalha de Sollon uma única preocupação residia em sua mente: Erwin Rommel, A Raposa do Deserto. E para isto seria necessário nomear alguém à altura, e este homem seria o general Bernard Montgomery. Sua missão: eliminar a raposa.
De fato, Montgomery cumpriu um papel crucial frente às tropas, resgatou a disciplina, organização e até mesmo algumas formalidades militares em desuso, como a reverência. Apesar de sua indiscutível competência é difícil compará-lo ao seu inimigo de farda. Rommel estava em clara posição de desvantagem quanto aos aliados, visto que seus aprovisionamentos custavam a chegar. E partiam de Tobruk ou da distante Trípoli, ao norte da Líbia, país vizinho, após uma arriscada travessia do Mediterrâneo.
Enquanto o Britânico recebia os mesmos mantimentos (alimentos, armas e combustíveis) diretamente do porto de Alexandria, há apenas 95km de Al-Alamen, cidade Egípcia. E ambos sabiam, quem conquistasse esta cidade estaria com o milenar Egito nas mãos. Em 30 de junho a raposa inicia a primeira batalha, mas, sem o apoio da Luftwaffe não consegue romper as linhas inimigas, mas fica em equilíbrio de forças.
Em novembro, com o prosseguimento do conflito o desequilíbrio de forças foi tornando-se cada vez mais evidente. Num dado momento o embate chegou a dois contra um. No espaço aéreo esta cifra subiu para cinco Aliados contra um do Eixo. Mesmo assim, num intervalo ocasionado pelas chuvas de inverno o Marechal aproveita linhas de defesa na estrada de Katerine. E chega a vencer uma batalha, em fevereiro de 1942, contra os inexperientes americanos. Mas era apenas um insulto final. A guerra já estava perdida.
Porém, inversamente ao pensamento oficial, o grande inimigo de Rommel não partiu dos Aliados, e sim de sua própria ordem: o Führer. Muitos especialista garantem: a falta de visão do líder nazista e sua obsessão pela campanha do Leste(na Rússia) foram fundamentais para a derrota alemã. Do contrário, talvez seu Marechal tivesse tido outro fim. Hommel morre no dia 14 de outubro de 1944, em Herrlingen, Alemanha, aos 52 anos.
Referência para os apaixonados por História
http://pt.wikipedia.org/wiki/Erwin_Rommel http://pt.wikipedia.org/wiki/Winston_Churchill Breve História da Segunda Guerra Mundial, Jesus Hernandez O Papa de Hitler, Jhon Cornwell Cinco dias em Londres, Jhon Lukacks National Geografic, "O dia D"

Redescobrindo a Segunda Guerra - O Dia D -

Vídeo 2 (continuação) Batalha na África do Norte

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Nos Labirintos da Sociedade Thule

Sessão: Segunda Guerra Mundial
Assunto: Genealogia Ariana

É impossível falar sobre o Holocausto sem relacioná-lo ao Nazismo. Bem como mencioná-lo e não citar a influência da Sociedade Thule, um grupo ocultista o qual vigorou no alto escalão de Adolf Hitler (1933-1945). Ambos são faces da mesma moeda. Ela representou para o partido Nazi o mesmo que o cérebro para o corpo humano. Mas, é claro, como a inteligência do mal.
As sociedades secretas marcam presença na história da humanidade há milênios. Existem várias correntes ou denominações. A maçonaria, embora seja uma delas, não deve ser confundida com as demais de cunho racista anti-semita, como o grupo Thule. Este já existia desde o século 19 como “Grupo de Estudos para a Sociedade Alemã”. Depois da Primeira Guerra Mundial e a derrota alemã ganhou força, daí foi batizada com este nome.
No conteúdo, sua base filosófica vigorava em torno do anti-semitismo e no resgate da supremacia da raça ariana. Também acreditavam que sua origem estava em Atlântida, de acordo com a lenda um épico continente perdido. Segundo os gregos, datado por volta de 9 mil anos a.C. Porém alguns de seus sacerdotes, através de barcos, conseguiram escapar. Desse modo, deixaram descendência na Índia, e em parte da Ásia (como no Tibet); além deles próprios, os povos germânicos .
O casamento do Partido Nazista com a sociedade Thule
Certamente, a afinidade de idéias entre o partido Nazista e a Sociedade Thule foi de importância primordial. Com a ascensão deles, no início da década de 1920 não haveria terreno mais fértil. E tomaram bom proveito disso. Composto por homens abastados, entre os quais barões da Bavária, seus membros financiaram os Nazistas desde o fracassado golpe de Cervejaria, em novembro de 1923 até o fim do regime, em 1945.
Apesar de não admitir publicamente, Adolf Hitler recebeu forte influência deste pensamento desde sua infância. Como deixou, nas entrelinhas, no Mein Kampft (Minha Luta), livro o qual escreveu nos tempos da prisão, e redigiu os fundamentos do seu Estado imaginário. Em contrapartida, foi cercado por ocultistas fervorosos, a exemplo dos oficiais Rudolf Hess (vice-führer), o chefe do Serviço Secreto (SS) Heinrich Himmler e o ministro da Propaganda Josefh Goebeles, entre outros.
Himmler, especificamente, foi um dos mais destacados. Talvez por ter sido muito leal a Hitler, adquiriu dele autonomia quase absoluta, como nas atitudes ocultistas. Documentos afirmam que ele próprio considerava-se a reencarnação do rei Henrique I (o rei passarinheiro), na época da Idade Média. No final de 1935, implantou o programa Lebensborn (fonte da vida, em alemão), cujo objetivo era aumentar a população ariana, e tinha por base residências secretas a fim de facilitar a procriação.
Este programa também foi implantado em outros países sob domínio germânico, como a Polônia e Noruega, cujos caracteres físicos destas populações condiziam com os pré-requisitos do estatuto racial. No tocante a questão da lenda “Atlântida” ajudou a coordenar expedições ao Himalaia no propósito de comprovar geneticamente a teoria defendida pelos Thule anteriormente, mas sem sucesso.
No auge de sua loucura, o Führer chegou a determinar uma lei, em prol da limpeza étnica o qual todo o alemão deveria comprovar sua “pureza ariana” a partir de 1750. Portanto, era comum na residência da população residir quadro nas paredes cuja ilustração havia uma enorme árvore genealógica, como comprovante. Estima-se que cerca de 11.000 crianças tenha nascido nestas condições. E caso os militares não assumissem a paternidade, o governo garantia a tutela. Tudo a fim de consolidar a supremacia da futura “super-raça” no mundo.
Com o fim do Terceiro Reich, esta geração sofreu toda a sorte de preconceito nos países respectivos, embora não tivesse a menor culpa. Contudo, nem todos tiveram final infeliz, os que conseguiram adquirir o direito a paternidade também ajudaram a fundar entidades para ajudar a resolver a mesma causa pelo qual sofreram. Como, por exemplo, a norueguesa Gerd Fleischer(foto), cujo drama da sua vida incentivou-a a fundar uma ONG para refugiados (Ver a reportagem no link abaixo). Ela foi filha de um militar alemão com mãe da região da Lapônia (região da Noruega).
Referência para os apaixonados pela História
http://segundaguerra.org/as-consequencias-do-projeto-lebensborn-na-noruega (caso Gerd Fleischer)
http://segundaguerra.org/?s=himmler
http://segundaguerra.org/category/biografias/biografias-eixo

sábado, 7 de agosto de 2010

General Heiz Guderian, o Aníbal do Terceiro Reich

Sessão: Segunda Guerra Mundial
Assunto: Mistérios do Terceiro Reich

Considerado por muitos um gênio militar, o general Heinz Guderian fez jus a sua respeitável fama. Em sua carreira foi partícipe das duas guerras que marcaram o século XX: a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Porém nesta última, ganhou fama após a criação dos temíveis Panzers, os velozes tanques blindados do Reich. Talvez, tenha como equivalente o general Aníbal Barca (247-183 a.C), do Império Cartaginês a quem quase derrotou Roma, na Antiguidade. De qualquer forma, ambos ocupam um lugar no Olimpo, no Hall dos gênios militares.
Filho de um oficial do exército Guderian nasceu em 17 de junho de 1888, em Kulm, na antiga Prússia Ocidental (atual Chelmno, Polônia). Sua inclinação militar começou desde cedo, estudou na Escola de Cadetes Karlshure e na Gross-Lichterfeld, próxima a Berlin. Foi comandante do 10º batalhão de Caçadores Hanoverianos (Hanôver, Alemanha). Na Primeira Guerra sua grande experiência bélica foi na Batalha de Verdun, na França.
Mas com a derrota alemã continuou investindo em sua carreira, e assumiu vários postos no exército. Neste ínterim aprofundou-se em teorias que posteriormente resultaram na criação dos Panzer, unidades motorizadas(e blindadas) para combates. Em 1931 foi promovido por Adolf Hitler Tenente-coronel. Com este feito tornou-se símbolo na chamada Guerra-Relâmpago; cuja rapidez dos seus tanques blindados deixava seus inimigos sem a menor chance de defesa. Bem como aconteceram na invasão da Polônia, na batalha da França, Países-Baixos e, sobretudo, na Operação Barbarossa, na União Soviética.

Aníbal, a pedra no calcanhar de Roma
O general Aníbal Barca nasceu em Cartago, em 247 aC. (atual região de Túnis, na Tunísia). Era filho do também general Amílcar com Ibérica (daí o nome Península Ibérica). Além de chefe militar seu pai também era o governante de Cartago, superpotência do mundo antigo e concorrente do Império Romano. Segundo a História, eles travaram três grandes conflitos os quais ficaram conhecidos como Guerras Púnicas (264 a 146 a.C).
Aníbal participou da Segunda Guerra Púnica, o qual o deixou famoso pela façanha de ter atravessado os Alpes a partir da península Ibérica. Por sobre elefantes, com um exército mal armado e em menor número atormentou a defesa romana por mais de uma década. Mas foi derrotado por uma manobra do imperador Cipião africano, quando este resolveu dirigi-se a cidade de Zama, território Cartago (ao norte da África). Já desgastado de tantas guerras, mesmo sem condições, Aníbal viu-se obrigado a defender seu território, quando então foi derrotado (202 a.C).
A rendição foi desastrosa para seu Império. Visto que, além de perda de grande parte de seu território os romanos impuseram pesados impostos e cláusulas humilhantes, como o fim da autonomia bélica. Cartago agora não poderia mais lutar, sem ao menos a permissão do vencedor. Por fim, no governo de Cipião Emiliano foi provocada a Terceira Guerra Púnica, a quem considerava a simples existência cartaginesa uma ameaça. Sua cidade foi completamente arrasada em 146 a.C.
Memoráveis Batalhas de Guderian e Aníbal
As afinidades entre os generais Aníbal Barca e Heinz Guderian são mesmo impressionantes. Ambos foram filhos de militares, e desde a infância apresentavam um talento militar incomum, além de avançados ao seu tempo. Também serviram à superpotências de seus respectivos períodos; entretanto, não fosse suas genialidades teriam ficado no rodapé da História.
Dotados de uma personalidade forte, Guderian era um dos poucos oficiais que discutia com Hitler, quando a opinião deste discordava. Talvez por isto era alvo de ciúmes entre seus colegas de farda; já Aníbal possuía uma liderança natural não só perante seu exército quanto ao seu povo, além do carisma (ambos eram venerados como heróis).
No ponto de vista pessoal, apesar do indiscutível sucesso no começo da guerra, com a invasão na Polônia, França e Países-Baixos, foi na Operação Barbarrossa (ou Barba-Ruiva) a quem Guderian obteve maior êxito. Pelo menos no início. Sua proeza foi tamanha que o Führer chegou a promovê-lo a General-coronel. Das três frentes acionadas para enfrentar o "gigante do leste" apenas a dele estava obtendo um movimento satisfatório.
Mesmo enfrentando um exército cinco vezes superior, suas unidades motorizadas não perdoaram os russos. Deixaram para trás quase 5 mil tanques inimigos num intervalo de tempo inimaginável. Mas, em função das outras frentes (em dificuldade) o recém-general teve que reter o avanço. Por isto ele teve que adiar o sonho de atingir Moscou, o qual nunca aconteceu. Do lado oposto o temível "General Inverno"(inverno russo) se aproximara, bem como fez no século anterior, com a derrotada França de Napoleão. O final desta história dispensa comentários.
No outro lado da linha do tempo, outro general fazia história. Após a morte do pai, com apenas 26 anos Aníbal reorganiza e assume o comando do exército. A partir da atual Espanha decide trilhar, em 218 a.C, cerca de 1000 quilômetros até a Itália, e atravessa o rio Ródano (França) e os Alpes Suíços. Sua principal batalha, sem dúvida foi a de Canas (ou Cannae), na península italiana.
Em 216 a.C, Cartago, com um exército de 50 mil homens consegue a façanha de derrotar 90 mil romanos, sob comando do general Terêncio Varrão. Numa estratégia audaciosa, ele atraiu seus inimigos e os cercou num movimento duplo, fechando-os pela retaguarda. Como resultado, 70 mil soldados morreram, 10 mil foram aprisionados e apenas 3.500 conseguiram fugir. Este conflito feriu profundamente o orgulho do Império Romano, e jamais foi esquecido. Mas, semelhante a Guderian, Aníbal também não conseguiu conquistar seu principal objetivo: atingir Roma. Contudo, até hoje o seu feito ainda é estudado pelas academias militares.
Refêrencia para Apaixonados por História
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_canas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anibal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guderian
http://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Barbarossa
Hernandez, Jesus. Breve História da Segunda Guerra Mundial. Ed. Madras, 2010
Alvez, Antônio. História 3, O Mundo: Idade Contemporânea. Editora Líber, 1982



sábado, 24 de julho de 2010

Quem foi, afinal, Rudolf Hess?


Sessão: Segunda Guerra Mundial
Assunto: Mistérios do Terceiro Reich

Homem alto, inteligente e de gestos refinados Rudolf Hess foi considerado um dos nazistas mais próximos de Adolf Hitler. É sem dúvida uma das personalidades mais polêmicas do Terceiro Reich, a contar pela sua nacionalidade (Egípcia), sua ascensão e queda no Partido Nazista; e, por fim, a misteriosa morte no presídio de Spandau, na já dividida Berlin Oeste do pós-guerra.
Hess era filho de um comerciante bávaro e mãe britânica, nasceu no dia 26 de abril de 1894, Alexandria – Egito. Na Alemanha serviu na Primeira Guerra Mundial. Em 1920 adere ao partido dos trabalhadores alemães NSDAP, quando conhece Hitler. Este lhe conferiu posição privilegiada nos primeiros anos do regime, concedendo-lhe a Vice-Liderança do Partido Nazista, e de secretário particular do Reich. Além de convidá-lo a ajudar a escrever o Mein Kampf ( Minha Luta), considerada Bíblia do Nazismo.
“Eu vi um homem nessa noite, e ele vai trazer de volta o lugar onde a Alemanha ocupou antes da (Primeira) guerra, e este é o único homem que pode fazer isso, que é capaz disso”(palavras de Rufolf Hess, segundo seu filho Wolf Hess a Discovery Channel)

Referência de Hess a um discurso proferido por Adolf Hitler no conhecido episódio do Putch (golpe em alemão) da Cervejaria, ocorrido entre os dias oito e nove de novembro de 1923. Era o lugar preferido da elite política e intelectual da Baviera. Na verdade foi uma fracassada tentativa de golpe naquela região (sufocada pela polícia local) para dar início à “revolução nazista”. Esta ação foi inspirada pela Marcha sobre Roma, por Benito Mussolini. Todos acabaram presos.Inicialmente, o nome seria Marcha sobre Berlin, com o insucesso sagrou-se apenas pelo primeiro nome.
Contudo, talvez por sua extrema discrição acabou ofuscado pelo führer nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, nomes como Hermann Göring, Joseph Goebbels e Heinrich Himmler conquistaram maior destaque. Mesmo assim, em 1939 foi nomeado Líder Membro do Conselho de Defesa do Reich, o que lhe garantiria a sucessão de Hitler e Göring. Porém, sua queda política veio num incidente para lá de questionável e sem precedentes na História.

O Lado Oculto de Hess
A família de Rudolf Hess retornou para a Alemanha quando este completara 14 anos, em 1908. Em 1914, aos 20 ingressou como voluntário no exército alemão, na Primeira Guerra Mundial. Com o fim da guerra sua participação como ativista político não parou mais. Foi membro do grupo Freikorps, uma formação paramilitar de combate aos comunistas. Em 1920 filia-se ao partido nazista, quando conhece Adolf Hitler e torna-se comandante das secções de assalto.
Chegou a ser preso por sete meses e meio - sobretudo após o episódio do golpe da cervejaria. Juntamente com o sucesso eleitoral de Hitler, elege-se deputado no Reichtag. Extremamente culto, obteve formação acadêmica em ciência política, história, economia e geopolítica pela Universidade de Munique.
Em contrapartida, foi membro da sociedade Thule, organização mística e ocultista de estudantes da antiguidade alemã. Cujas idéias, posteriormente, o fizeram um dos principais mentores da filosofia racista instalada no país. Entre os principais: à perseguição a Igreja Católica, as etnias não arianas e, principalmente, aos judeus.
Na vida pessoal, Hess casou-se com Ilude Pröhl, estudante, no final de 1927. E, seu único filho, Wolf Hess, nasce dez anos após.Paradoxalmente, estima-se que ele foi um pai dedicado e afetuoso. As evidências quanto a isto ocorrem no final da vida dele, cuja morte por indigência só não ocorrera por forte interferência do seu filho Wolf. O qual mais tarde contraria a necropsia das autoridades ocidentais (ingleses e americanos) ao publicar um livro (Quem Matou o meu Pai Rudolf Hess?) acusando-os de tê-lo assassinado.

A Misteriosa Fuga

Era 10 de maio de 1941. Justamente num momento em que a Alemanha estava em guerra contra a Inglaterra e, na iminência da outra com a União Soviética (na conhecida Operação Barbarossa). Ironicamente, quanto tudo indicava para a vitória germânica, Hess, “por conta própria” resolveu viajar de avião e desceu de pára-quedas nas ilhas escocesas. Pela história oficial ele fora atraído para um acordo de paz com o Duque de Hamilton, do partido pela paz Britânico. Hess, na verdade, estava a procura de um opositor de Churchill e, naturalmente favorável ao plano dos alemães.
A empreitada, embora cinematográfica, foi um fiasco. Além de não conseguir negociar o oficial nazista quebrou o tornozelo e, em seguida foi aprisionado na Torre de Londres. Hitler ficou furioso com a iniciativa dele (versão oficial), acusou-o de insano e o substituiu imediatamente por Martin Bormann. Logo, este episódio tornou-se um escândalo pela imprensa mundial, e até hoje é motivo de controvérsias entre os historiadores, e razão para a publicação de muitos livros a respeito.
Entre os principais estudiosos estão: Louis C.Kilzer, autor de Churchill Deception´s (A Farsa de Churchill) e, John Lukacs em “Five days in London”(Cinco dias em Londres). Ambas publicações além de tratarem deste episódio, trazem surpreendentes revelações que os livros convencionais não contam, ou pelo menos ocultam sobre aquele período.
Talvez por isto a História seja uma ciência tão apaixonada e apaixonante, visto que “cada ponto de vista é vista por um ponto”(Teólogo Leonardo Boff). Quase sempre ela é dividida em duas versões: a História Oficial e a oficiosa. Como um filho legítimo e um bastardo renegado,cuja semelhança física deste (com o genitor)é tão intrigante que dispensa os modernos testes de DNA, exceto por ordem judicial.
O objetivo de Hess seria manter o mesmo acordo outrora proposto no período Chamberlain (ministro antecessor a Churchill): os alemães cessariam os bombardeios contra os ingleses se estes aceitassem a paz com a Alemanha. Em troca, o Terceiro Reich ainda cederia às conquistas militares no Ocidente se eles se propusessem a uma aliança militar contra a Rússia Soviética.
As duas Mortes de Rudolf Hess
De acordo com a tradição, o Hess da História foi condenado à prisão perpétua(por insistência da URSS) no tribunal de Nuremberg. Em seguida foi aprisionado no presídio de Spandau, sob acusação de criminoso de guerra como foi dito no início do texto.
Faleceu em 1987 aos 93 anos por suicídio, segundo o laudo da necropsia americana e inglesa. Mediante aos relatos ele enrolou um cabo elétrico no pescoço, na casa do jardim. Mas tem sua veracidade questionada após a versão de uma enfermeira, a quem o acompanhou nos últimos anos de vida. Segundo ela, o ex-nazista foi encontrado desfalecido, respirando mal, e a maleta de primeiros socorros chegou com uma demora um tanto extremada, além do balão de oxigênio vazio. A possibilidade de suícidio, na opinião dela, é bastante remota, visto as artrites e falta de equilibrio que o prisioneiro possuia para cometer o ato. Esta hipótese é reforçada pelo filho dele, Wolf Hess, o qual pagou um exame particular, cujo resultado possibilita a morte por provável estrangulamento.
E pior!, existe uma versão mais bizarra, o próprio Hess o qual foi confinado em Spandau(há quem acredite)pode ter sido um impostor, ou dublê de corpo. O veterano nazista possuía um ferimento em um dos pulmões por um tiro de rifle, desde a Primeira Guerra Mundial. Enquanto o condenado, incrivelmente não o apresentava (segundo Louis Kilzer). De qualquer forma, Hess tornou-se um mito, e seus restos mortais são reverenciados até hoje, ora proibidos ( de 1991 a 2000), bem como liberados ao público, a partir do ano 2001. Seu túmulo, localizado na cidade de Wundisiel, recebe anualmente milhares de visitantes até hoje, em sua maioria neonazistas ou simpatizantes.
OBS: A dúvida dos historiadores quanto ao sigilo desta operação não é em vão. Reside na informação da íntima relação de Hess com Hitler, o qual dificilmente aconteceria. Bem, mas estas razões serão discutidas nos próximos textos.

Referências
http://pt.metapedia.org/wiki/Rudolf_Hess
http://www.grandesguerras.com.br/artigos/text01.php?art_id=34
A Farsa de Churchill, Louis Kilzer
Cinco Dias em Londres, John Lukacs
A Era dos Extremos, Eric Hobsbawn